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Como é a nossa pele
A Pele
A Pele- Folículo piloso e Glândula Sebácea
Camadas da Pele
1ª Camada - Epiderme
É composta de várias camadas de células sobrepostas (epitélio estratificado). Suas células multiplicam-se, diferenciam-se e se renovam periodicamente. Tem uma variação na espessura que varia de 0,04 mm (pálpebras) até 1,6 mm (regiões palmo-plantares). As camadas da epiderme são:
Germinativa Basal: É a camada mais profunda da epiderme. Recebe este nome porque há divisão contínua de células que asseguram a renovação da epiderme. É formada por uma fileira de células dos seguintes tipos:
- Células Basais ou Queratinócitos: a função principal é a produção de queratina (proteína elástica e flexível que consiste no principal componente da camada córnea). A queratina forma, também, uma barreira contra os agentes externos físicos e/ou químicos;
- Melanócitos: células responsáveis pela produção de melanina (responsável pela coloração da pele), cuja função pigmentogênica apresenta obstáculo na ação das radiações solares, sendo uma proteção solar natural. O processo pelo qual forma-se a melanina é conhecido por melanogênese;
- Células de Langherans: localizadas na parte externa do folículo piloso e glândula sebácea, desempenha um papel fundamental no sistema imunológico da pele, atuando no processo primário de antígenos exógenos que atingem a pele.
Espinhosa: É também conhecida como camada malpighiana ou corpo mucoso de malpighi. É formada por células que se achatam progressivamente em direção à superfície. As células são ligadas umas as outras por pontes intercelulares denominadas desmossomas.
Granulosa: É formada pelas células granulosas que recebem este nome devido ao grande número de grânulos em seu interior. Estes grânulos são formados por queratina, que são continuamente produzidas pelos queratinócitos.
Lúcida: Apresenta uma estrutura compacta e resistente, também apresenta grande quantidade de eleidina (substância oleosa responsável pelo tom translúcido da pele). É praticamente inexistente nas regiões palmo-plantares.
Córnea: Repleta de queratina e em constante escamação. É a camada mais superficial da pele.
2ª camada - Derme
É formada principalmente por feixes de fibras colágenas, elásticas e reticulares, em cuja trama inserem-se os capilares sangüíneos e linfáticos, músculos, estruturas nervosas, células de tipos variados e formações anexas como folículos pilosos, unhas, glândulas sebáceas e sudoríparas.
Fibras colágenas: compreendem 95% do tecido conectivos da derme e está dividido em dois tipos: colágeno I (fibras mais espessas), e colágeno tipo II (fibras mais finas).
Fibras elásticas: Microfibras orientadas em diversas posições na derme, sendo responsáveis pela elasticidade da pele.
Fibras reticulares: são as mais delicadas e se ramificam formando conecções firmes e apertadas.
Capilares sangüíneos e linfáticos: A função dos vasos sangüíneos é de nutrição e regulação da temperatura da pele. Na pele, cada sistema (linfático e sangüíneo) forma dois plexos, um mais profundo (localizado no nível dermo-hipodérmico) e o plexo superficial (localizado na derme subpapilar). A termorregulação é o resultado de uma contínua alternância entre vasoconstrição e vasodilatação dos capilares em função da situação ambiental, contribuindo para o controle da temperatura orgânica.
Músculos da pele: A musculatura da pele é lisa e compreende os músculos eretores dos pêlos, os dardos do escroto e a musculatura da aréola mamária. Os músculos da pele são importantes para gerar calor.
Estruturas nervosas: Nervos sensitivos responsáveis pela sensibilidade da pele, assim como receber informações necessárias para se adequar ao meio (tato, dor, calor, frio, pressão).
Folículos pilosos: São estruturas constituídas por células queratinizadas produzidas pelo folículo piloso. Existem dois tipos de pêlos: VELUS (pêlos tipo lanugem), e TERMINAL (mais espesso e pigmentado como cabelo, barba, pilosidade pubiana e axilar). Os pêlos compõe-se de uma parte livre, a haste, e uma parte intradérmica, a raiz.
Unhas: São estruturas queratinizadas que protegem as extremidades das pontas dos dedos, áreas com muita sensibilidade. As unhas têm quatro partes: raiz, lâmina (aderente ao leito ungueal), dobras laterais e borda livre. A espessura das unhas varia de 0,5 a 0,75 mm e o crescimento é de cerca de 0,1 mm por dia nas das mãos, sendo mais lento na dos pés. Têm como funções: proteção, preensão, agressão e sensibilidade.
Glândulas Sudoríparas: Libera o suor que é incolor, inodoro, composto de 99% de água e solutos encontrados no plasma. O odor fétido do suor (bromidrose) é causado por bactérias próprias das regiões sudoríparas. É através do suor que a pele mantém a temperatura do corpo e também elimina substâncias como uréia, ácido láctico, etc. As glândulas sudoríparas podem ser:
- ÉCRINAS, que estão dispersas por todo o corpo, existindo em maior quantidade nas regiões palmo-plantares e axilas. Suas glândulas desembocam diretamente na superfície da epiderme, cujo orifício por onde é eliminado o suor chama-se poro ou crossiríngio e se apresenta rodeado de queratina;
- APÓCRINAS, que desembocam nos folículos pilossebáceos e não diretamente na superfície. Localizam-se na axila, área perimamilar e região anogenital, e, modificadamente, no conduto auditivo externo (cera), nas pálpebras (glândulas de moll) e nas mamas (glândulas mamárias).
Glândulas Sebáceas: Estão presentes em toda a pele, com exceção das regiões palmares e plantares. Desembocam sempre no folículo pilossebáceo com ou sem pêlo. O sebo evita a perda de água, tem propriedades antimicrobianas e substâncias precursoras de vitamina D.
Hipoderme
A hipoderme é a camada mais profunda da pele, possui espessura variável, composta basicamente por células gordurosas que formam blocos entremeados por feixes conjuntivos que assumem disposições especiais. A hipoderme, além de tecido reserva de energia, participa no isolamento térmico, protege o organismo contra agressões mecânicas e facilita a mobilidade da pele em relação às estruturas subjacentes.
Sistema Linfático Humano
Acne e Drenagem Linfática Manual
Etiopatogenia
As lesões da acne são decorrentes da obstrução, com ou sem inflamação, dos folículos pilossebáceos, envolvendo os seguintes fatores:
- Aumento da secreção sebácea (andrógenos);
- Hiperqueratinização com obstrução do folículo pilossebáceo;
- Alteração da flora bacteriana da pele;
- Reação inflamatória local.
Os fatores etiológicos são:
- Psíquico: O emocional pode agravar a acne pela ação do córtex cerebral sobre o sistema neuro-endócrino, estimulando a formação de andrógenos.
- Alimentar: Discutível.
- Hormonal: Os principais hormônios são os andrógenos, além dos glicorticoides, muito embora outros hormônios possam participar do processo.
Medicamentoso:
- Hereditário: A hiperqueratinização dos folículos pilossebáceos pode sofrer influência hereditária.
Clínica:
Observar presença de comedões, pápulas e pústulas, cistos e abscessos. Quanto aos comedões podem ser abertos e fechados. Os abertos apresentam pontos enegrecidos em decorrência da oxidação do sebo e, os fechados, são caracterizados por serem brancos e não aumentarem muito em tamanho, muito embora possam ser numerosos.
Quanto a classificação da Acne:
- Grau I ou Comedoniana;
- Grau II ou Pápulo-pustulosa;
- Grau III ou Nódulo-cística;
- Grau IV ou Conglobata.
Tratamento
É importante prevenir e tratar de forma correta a acne, evitando cicatrizes e marcas permanentes. Muitas pessoas consideram a acne como um estágio natural da adolescência, que desaparece sozinho. Mas existem formas de minimizar e até solucionar este problema.
Para um tratamento correto, é fundamental combinar técnicas e ingredientes eficazes no combate e prevenção, com outros que protegem a pele, evitando o ressecamento e a irritação. O profissional de estética deve eleger cosméticos e cosmecêuticos de última geração, testados dermatogicamente e com ativos que limitem a proliferação de bactérias, acalmem a glândula sebácea na produção de gordura e afinem o estrato córneo.
Outro recurso indispensável, que aumenta a imunidade da pele (macrófagos e linfócitos), além de sua reconhecida ação descongestionante e depurificante é a Drenagem Linfática Manual.
A Drenagem Linfática é uma das inúmeras funções do organismo com o objetivo de reabsorver proteínas plasmáticas que continuamente abandonam o leito capilar em direção ao interstício (subsidiariamente, transportando líquidos), com o objetivo de manter a composição estável do fluido intersticial (vital para a função celular, transportando e processando produtos excretados pelas células e partículas orgânicas e inorgânicas); além de ter importante contribuição com o sistema imunológico, ao produzir linfócitos e dar lugar à fagocitose macrofágica nos linfonodos, dentre outras.
A Massagem de Drenagem Linfática é uma forma especial de massagem destinada a melhorar as funções essenciais do sistema linfático por meio de manobras precisas, leves, lentas rítmicas, que obedecem ao trajeto do sistema linfático superficial. Esta, se diferencia de outros métodos, especialmente da massagem clássica, por não produzir vasodilatação arteriolar superficial (hiperemia), com pressões manuais extremamente suaves (de até 30 à 40 mmhg) e lentas (em média de 12 vezes por minuto).
Efeitos Fisiológicos da DLM
1 - Mover o fluido tissular para dentro dos linfáticos iniciais, favorecendo a evacuação de macromoléculas;
2 - Estimular o peristaltismo dos coletores linfáticos;
3 - Aumentar a capacidade de transporte do sistema linfático;
4 - Prevenir a formação de fibroses (pela remoção de proteínas);
5 - Dissolver fibroses linfostáticas (presentes em linfedemas mais exuberantes);
6 - Aumentar a reabsorção de uma fração do edema no nível do capilar venoso sanguíneo;
7 - Exercer efeito vagotônico com ação sedante e analgésica sobre estruturas tratadas, devido à ativação do sistema nervoso parassimpático;
8 - Produzir relaxamento das fibras musculares esqueléticas;
9 - Aumentar a contratilidade da musculatura lisa, não só dos coletores linfáticos, mas também dos intestinos e dos esfíncteres pré-capilares;
10 - Melhorar a resposta defensivo-imunitária.
São Indicações da DLM:
Linfedemas (primários ou secundários);
- Fleboedemas (insuficiência venosa crônica, pós-varicectomia, etc);
- Lipedemas;
- Na associação de dois ou mais destes;
- Úlceras Varicosas;
- Edemas pós-operatórios;
- Edemas pós-traumáticos;
- Enfermidades crônicas das vias respiratórias (rinites, sinusites, faringites, amigdalites);
- Enfermidades crônicas da pele (acne, rosácea, eczemas crônicos, telangiectasias);
- Para facilitar a cicatrização e evitar suas complicações;
- Cicatrizes hipertróficas e quelóides;
- Edemas faciais idiopáticos;
- Tratamento de rejuvenescimento facial e celulite.
Atenção : Existem contra indicações que devem ser avaliadas em uma anamnese cuidadosa e responsável.
Bibliografia:
Dra. Cristiana B. Psendziuk
Fisisoterapeuta Dermato Funcional
Especialista em Cosmetologia Estética e Medicina Tradicional Chinesa